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vale o escrito?


não se engane

com meus versos

não estou aí

pra ser lida

 

ninguém se escreve

não sou quem digo

não digo ao que venho

onde vou

 

invento tudo

minto à vera

penso que merda e grito

quimera

pra ver se acredito

 

não penso tão bonito

quanto falo

(em falos penso, confesso)

 

escrita é jogo

distração

eu não

 

eu de verdade

estou aqui

em mim

agora

 

metáfora até que é bom

mas meu buraco

é mais por dentro

 

e se você

ainda tá aí

levando a sério

a minha estória

 

meu amor

leva a mal não

‘cê tá por fora!

 

 

15 Responses to “vale o escrito?”

  1. Clarice says:

    Ó eu aqui na fila do gargarejo, ó!
    Brincando de esconde-esconde? Ou “fingindo que é mesmo dor a dor que…”.
    “Não penso tão bonito/quando falo…”
    Alguém disse que escrever é cortar palavras. Mas palavra dita não dá prá editar. É assim com você?
    Preciso visitar com urgência aquele link de poesias suas.
    Beijo. ;}

  2. Tita says:

    Eu me deleito aqui neste blog! Guria, que coisa boa te ler! Beijocas!

  3. mario cezar says:

    é como saber que o poema , depois de pronto, tem traços de sangue?

  4. Renata M. says:

    Se aquele ditado popular for mesmo verdade -“Escreveu, não leu, o pau comeu” – então tá tudo bem… rs
    Gostei do poema. Beijos!

  5. Ricardo says:

    Sou péssimo em interpretar e comentar poemas.
    ***
    Mas o comentário da Renata lembrou-me do L. C. Alborgheti. Dizia ele: “Vagabundo?!? Escreveu, não leu, o pau, COMEU! COMEU!” E alucinado batia com um cassetete na mesa, no balcão e em todo o resto do estúdio.
    ***
    Aquilo sim era programa de televisão.
    Abraços

  6. Inagaki says:

    Ok, versos com versos serão respondidos:
    Não sei falar de mim mas falo
    Palavras se escrevem e eu me calo
    O tempo é soco e o soco não sara
    Rara é a vida e o amor é a máscara
    Língua é bala se míngua é a fala
    Mas não tenho certeza de nada
    Não sei falar de mim mas falo
    O tempo se escreve e eu me calo

  7. christiana says:

    Inagaki,
    A-DO-REI o poema! Seu enrustido, fica se aproveitando do público mais intimista de meus comentários pra soltar suas pérolas! Vou lá no “Pensar” contar pra todo mundo! Ha, ha, brincadeira, pode ficar escondidinho aqui, luxo de poucos e bons.
    Aliás, só vem gente bamba aqui falar comigo. Renata-mulher-moderna e “Pintim” (bonzim é você, viu?), penas ultra-afiadas; mario cezar e Tita, grandes poetas; Clarice e Ricardo, poetas também, que eu sei. Grande prazer trocar palavras com vocês.
    Beijos.

  8. Inagaki says:

    Chris, não há nada como o espaço mais aconchegante e reservado daqui, onde mocinhas podem exibir seus pernis sem serem assediadas a não ser pelos mais atentos. ;)

  9. nando says:

    Pra mim vale. Eu sou praticamente despalavrado. Devo ser um enxerido. Me dá um certo pudor de enxergar por entre frestas. Vale mandar beijo?? Lindona!!!

  10. christiana says:

    Você tem razão, Inagaki, isso aqui parece aquelas reuniõezinhas íntimas onde só tem 20 pessoas, mas são TODAS interessantérrimas. O tipo do evento que me agrada, um sarauzinho de primeira. Onde se pode até mostrar um pernil sem susto porque, se rolar cantada, vai ser inspiradíssima, em boa métrica e rima rica! ;o)
    Nandooooooooo, que surpresa boa! Você que é lindo! E peraí, essa vergonha toda pra mim é novidade, “naquele tempo” (não vamos contar quanto pra não denunciar nossa antigüidade) você era mais despudorado! :o)))
    Beijos, beijos.

  11. Flavio Prada says:

    Eu não me traio em enganos
    Lendo aqui os teus versos
    Que os poemas como os panos
    Recobrem as verdades, perversos
    Invente sim e fale e diga
    Porem nao tente esconder
    Pois se é mesmo minha amiga
    No fundo me fará tudo saber

  12. christiana says:

    Flavio, você também é poeta, e dos bons! Este sarau está mesmo o fino.
    E não é que você está certo? Eu invento, minto, disfarço… mas, se você prestar atenção, vai saber que, no fundo, é tudo verdade. :o)
    Beijos.

  13. E eu que ia entrar aqui com meus pobres versos alexandrinos – mas os taludos não conseguiram passar pela porta.
    :-)
    (pensando bem, já tivemos aí o soneto alexandrino inagakiano, que fechou a questão, oras!)
    Beijos

  14. christiana says:

    Alexandrinos??? Ah, Nelson, faça-me o favor de pôr os grandalhões na roda!
    Sabia que o meu nome completo é um verso alexandrino? Olha só:
    chris/tia/na he/le/na/ nó/voa/ so/a/res/ car/nei/ro
    mas nem minha mãe me chama assim, com essas sílabas todas. Haja fôlego declamatório…
    Mas voltando, Nelson, os versos. A platéia aguarda ansiosa :o)

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