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Estrelismo

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Quisera eu fazer este soneto

Como quem faz desenhos na areia:

Traça uma linha a ponta do graveto,

Sobe a maré, apaga linha e meia.

 

Dos versos presunçosos que cometo,

Quero escrever, bem antes que alguém leia,

As letras em nanquim no fundo preto

Que, assim, a coisa fica menos feia.

 

Mas nem sempre a censura funciona,

Tem um sopro rebelde que me escapa

E, à minha revelia, vem à tona.

 

Debalde meu esforço, um mau poema

Liberta-se do escuro, à socapa,

Mata a família e estréia no cinema. 

 

 

5 Responses to “Estrelismo”

  1. dalferr says:

    Saravá, Helena… baixou o Peloponeso inteiro agora!

  2. gugala says:

    agora estou sign in tb
    Providencial post quase no aniversário do mito
    bj

  3. Evoé, Dalva! Não sei onde você viu esse Peloponeso todo mas, enfim… se tu Atenas, quem se Esparta?
    Guga,
    nem tinha reparado, mas é verdade: a bela estaria fazendo 82 aninhos… se o quadro do Warhol sofresse os efeitos do tempo, tipo “o retrato de Dorian Gray”, já pensou?
    Beijos.

  4. jayme says:

    Adotarei o preto sobre preto. Delícia de soneto.

  5. Jayme,
    em caso de dúvida lírica, nada como um poema pretinho básico.
    Mas delícia mesmo é ter meu soneto elogiado por você.
    Beijos

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