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Ontem a mulher de branco passou por mim na rua e sorriu. A mulher de branco é uma lenda viva de Ipanema. E pelo menos até ontem estava mesmo viva, que eu vi.

A mulher de branco não estava de branco, vestia uma cor indefinível, vai ver foi branca um dia. Ontem estava mais pra cor-de-burro-quando-foge.

A mulher de branco usa uma pinta verde no terceiro olho, mas enxerga bem e não rasga dinheiro. Outro dia um amigo meu, vizinho da mulher de branco, ouviu uma discussão dela com a empregada, a respeito de uma grana preta que sumiu. Sou louca mas não sou burra, gritava ela, verde de raiva.

A mulher de branco veste burro-quando-foge, mas de burra não tem nada. Tampouco parecia estar fugindo, andava calmamente e, ao passar por mim, sorriu. Não foi um riso amarelo, era um sorriso outrora branco de quem já foi linda, é o que dizem. Namorou muito tempo com alguém famoso, quem era mesmo? A mulher de branco ainda é famosa nas areias outrora brancas de Ipanema.

Eu não sou famosa e nem louca, ou assim quero crer. Só não sei por que ela sorriu pra mim um sorriso não-branco tão cúmplice.

11 Responses to “A mulher de branco”

  1. googala says:

    Talvez ela tenha lembrado quando era linda e com seu sorriso.

  2. Olga says:

    Que mulher intrigante, essa mulher de branco!
    E filosofa em português mesmo: “Somos o resultado do que passamos. Cada um é o que sobrevive.” Uau!
    E na onda do gentil “googala”, talvez a mulher de branco tenha enxergado, com o seu terceiro olho, a sua aura branquinha, daí o sorriso.

  3. Christiana Nóvoa says:

    googa,
    gentileza sua :)
    Olga,
    ninguém passa indiferente pela mulher de branco.
    e quem dera minh’aura fosse imaculada.

  4. Christiana Nóvoa says:

    Dalva,
    podicrê… ;)

  5. Christiana,
    É muito bom quando acontecem estes encontros de humana cumplicidade acompanhados de sorrisos! Vindos do nada e do tudo. Do insondável?!

  6. mario poloni says:

    Querida Chris…
    Branco deu por aqui… Num desses dias estranhos em que a vida vira ouvido, uma pausa pra voltar aos olhos, pra passar por aqui e ficar branco na inércia, naquela paralisia que vem da beleza que nos pega desatentos… Esses dois anteriores me pegaram…
    Bjsssssssssss

  7. Christiana Nóvoa says:

    Sérgio, seja bem-vindo!
    Dalva, já é.
    mario, pode vir,ouvir, parar e disparar à vontade. bjs

  8. marcia brito says:

    Christiana,
    Conheci Maria Helena em um curso de roteiro de cinema com o Alcione Araujo. Também fui amiga da Ligia Saboya Gostaria de contatá-la. Deixo meu tel: 21 22862515.
    E, sobre ba mulher de branco, que figura! Sempre a vejo caminhando e dançando nas areias de Ipanema.
    [ ]’s Marcia

  9. fatima barbosa lima says:

    ana maria é minha amiga…Uma das pessoas mais honestas e coerentes que conheço. malucos são os outros.

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