Posted in Uncategorized on Dec 3rd, 2014
pescador chega à minha praia numa noite de lua cheia chega manso vem de tocaia deita do meu lado na areia ele diz que adora o meu canto ele diz que eu sou sua sereia ele diz que me ama enquanto me esfaqueia
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Posted in Uncategorized on Nov 15th, 2014
a luz amanhece pouca branca e longínqua um fio de sol lambe o mofo estanca em cheio no meio da nódoa do estofo feito estaca a dor finca a faca a dormência míngua a mágoa a ausência é uma casca oca que um dia trinca a chuva apazígua a língua da falta dágua
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Posted in Uncategorized on Nov 10th, 2014
fiquei sem voz procuro sábios que saibam ler meus grandes lábios
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Posted in Uncategorized on Nov 1st, 2014
eu morderia qual fruta a luz na tua treva e neste dia preciso adão e eva fariam jus ao paraíso
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Posted in Uncategorized on Oct 24th, 2014
venta aqui fora faz frio , o sol em brasa se esconde e de longe me fita triste e vazio , como uma casa bonita onde o amor mora e ninguém visita
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Posted in Uncategorized on Oct 21st, 2014
até mesmo o universo imenso perde a graça o céu perde a cor e chora se você amassa o meu verso de amor e joga fora como um lenço de papel a esmo
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Posted in Uncategorized on Oct 19th, 2014
a fé é o farol de um foguete de sorvete a caminho do sol
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Posted in Uncategorized on Sep 27th, 2014
em vão me espanto o tempo corre mais que o medo todo mundo morre uns cedo uns nem tanto é a lei e eu aqui no meu canto só sei que não morri por enquanto
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Posted in Uncategorized on Sep 25th, 2014
então observe: se for poesia não serve , a verve não tem serventia à mulher honesta nem ao patrão , se for poeta não presta servidão .
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Posted in Uncategorized on Sep 17th, 2014
invento é um ar que sopra pra dentro , pensar é um ato só , inspiro o pó que sobra da grande obra , espirro engasgo me mato expiro , adentro e rasgo o peito como um tiro .
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Posted in Uncategorized on Sep 3rd, 2014
o corpo me atraca como craca ao porto , recorta o espaço a faca e escapa ileso , suporta esse braço fraco como um galho seco em brasa como um cão sem casa , vão como o sol num beco como um peso morto como um amor pouco , oco como o osso da asa de […]
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nada que eu queira mais que a sombra dourada da amendoeira
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Posted in Uncategorized on Aug 25th, 2014
a noite é uma dama não joga mas não foge à luta quando o sol se inflama essa puta ajeita no mar a cama perfeita onde o rei se deita e se afoga
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Posted in Uncategorized on Aug 19th, 2014
paira esse silêncio frio um vazio repleto de hiatos prefiro o cio indiscreto dos gatos no meu teto
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Posted in Uncategorized on Aug 12th, 2014
no jardim das ideias vagas onde vagalumes beijam petúnias descarto as pragas sempre as mesmas queixumes lamúrias e outras lesmas
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Posted in Uncategorized on Jul 17th, 2014
só não escolhas para o amor o gesto insípido nem deixes meus olhos sem cor como bolhas no céu líquido dos peixes
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Posted in Uncategorized on Jul 1st, 2014
a água cinzenta oleosa espelha o céu em brasa em cinquenta tons de rosa vermelha , na maré rasa um murmúrio vago como um lago de mercúrio
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ave sã não tomba , balança a sombra anciã do flamboyant
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Posted in Uncategorized on Jun 19th, 2014
o sopro eterno desconhece o corpo morto , perdoo o outro pelo inferno que me aquece
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Posted in Uncategorized on Jun 16th, 2014
descascou minha fruta pescou minha truta riscou minha gruta lascaux minha pedra bruta de quebra lustrou deu brilho , ladrilho filho da luta
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Posted in Uncategorized on Jun 15th, 2014
ousar querer como um deus saber calar como um buda o tolo finge que estuda a esfinge muda
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Posted in Uncategorized on Jun 1st, 2014
como um anjo cego pela claridade de outras alturas mais amenas eu me apego à gravidade a duras penas
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Posted in Uncategorized on May 25th, 2014
aqui por exemplo o vento chora a noite finda o dia ainda demora a hora é linda o tempo pára e ora agora é o único templo onde deus mora
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Posted in Uncategorized on May 21st, 2014
esculpo meu verso num tronco de mármore como quem ausculta a ordem oculta do universo quando árvore
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Posted in Uncategorized on May 12th, 2014
falo dessa luz que risca o céu profundo a faísca maluca tonta que atravessa o fim do mundo em cada poro da tua nuca até a ponta do meu osso ilíaco como um meteoro cruza o zodíaco
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Posted in Uncategorized on May 4th, 2014
não se espante diante do silêncio estonteante das galáxias distantes nada sempre será tão sério como era antes o irrelevante mistério das estrelas errantes o inútil cemitério de diamantes
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Posted in Uncategorized on Apr 27th, 2014
a vida é frágil como um livro num naufrágio do ser vivo nada sobra nada escapa nem a capa nem o assunto numa dobra do universo acaba o mundo o verso é livre só a obra sobrevive
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Posted in Uncategorized on Apr 18th, 2014
tento ser breve nem tudo deve ser dito no momento e muito menos escrito em voz alta nem tudo que dói é poesia deixa muda essa falta básica até soar um grito deixa solta essa música como o vento quando flauta , sendo o sopro agudo do tempo em sua sinfonia sem pauta
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Posted in Uncategorized on Apr 13th, 2014
quando venta a borboleta sustenta as imensas asas azuis como um atlas que aguenta o planeta sobre as omoplatas
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Posted in Uncategorized on Apr 6th, 2014
aqui venho achar na dor o que não tenho o desenho do teu pelo no meu tato eis o pacto de amor entre a pele e o cacto
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Posted in Uncategorized on Apr 1st, 2014
além de mim só uma mosca veio assistir ao formidável fim da tarde fosca de um dia feio
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Posted in Uncategorized on Mar 31st, 2014
retiro do mundo o corpo recolho meu olho escuro na fresta no meio da testa um furo fundo como um tiro
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Posted in Uncategorized on Mar 29th, 2014
o espelho partido em mil partes em todas duvido se existo cogito ergo … ? eu isto nego revido verdades seu nome é ego descartes é apelido
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Posted in Uncategorized on Mar 23rd, 2014
há muito já passa da hora a demora já dura uma vida a procura já cansa a esperança é uma nave perdida a resposta é uma chave sem porta a saída é uma rota de descida em queda livre … do que se ama só sobrevive ao fim de tudo um celular que chama […]
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Posted in Uncategorized on Mar 19th, 2014
desfaço um plano esgarço um pano laço a laço , disfarço e passo ano a ano sol a sós , desconto um conto me engano e pronto , não dou ponto sem nós
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Posted in Uncategorized on Feb 24th, 2014
só a flor exata me sacia o olfato e a falta desse cheiro é tão macia como um travesseiro que me mata por asfixia
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Posted in Uncategorized on Feb 21st, 2014
não posso dar nome ao troço que entorna e não míngua não há espaço pra escrita entre a fome e a saliva que pinga não cabe um traço entre o que sabe a carne viva e a forma estrita da língua
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Posted in Uncategorized on Feb 12th, 2014
a lua procura uma fresta estreita na janela e ali se deita amarela como a noite escura de quem vela
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Posted in Uncategorized on Feb 11th, 2014
manifesto mudo : se eu pudesse dizer tudo seria um gesto
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Posted in Uncategorized on Feb 5th, 2014
não sou poeta bissexta bato ponto boto pingo nos is da poesia todo santo dia de sábado a sexta feira feriado no domingo não me comprometo viro pro lado inspiro e tiro um soneto
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Posted in Uncategorized on Feb 4th, 2014
o dia nasce tão lindo e quase ninguém vê tudo dormindo em breu só eu desperto e você nós a só(i)s ligados no espaço aberto por um segundo e depois como se os dois lados do mundo fossem perto
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ser é escasso , o tempo vence o espaço pelo cansaço
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Posted in Uncategorized on Jan 22nd, 2014
não sou eu que escolho entrar feito louca pelos seus poros ; eu oro por sua boca eu vejo pelo seu olho de hórus
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Posted in Uncategorized on Jan 20th, 2014
todo jogo é inócuo sobre a oca esfera , todo fogo se apaga nenhum som se propaga só o verbo reverbera no vácuo
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Posted in Uncategorized on Jan 19th, 2014
essa obscura essência que te impele ao erro é a ausência impura do meu cheiro em tua pele
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Posted in Uncategorized on Jan 19th, 2014
antes que esse assombro apague uma garça ou que o sol soçobre sob o céu de cobre hei de ter a graça de uma asa no ombro mesmo que me sobre só uma rima pobre
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Posted in Uncategorized on Jan 18th, 2014
só a inocência ensina só o tempo acriança ; uma anciã que dança me nina
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Posted in Uncategorized on Jan 18th, 2014
desfio uma nuvem de fios de espanto pra não dormir cedo não morrer de medo de frio e de pranto enquanto o sol não vem
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Posted in Uncategorized on Jan 14th, 2014
triste baía sua beleza sobrepuja a água espessa que o homem suja ó guanabara sempre linda outrora clara uma aquarela agora escura ao sol fulgura ainda mais bela óleo sobre tela
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Posted in Uncategorized on Jan 14th, 2014
senhor eu pequei como pude ? paguei o teu mal com o pecado mortal da virtude .
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