a catedral
Posted in Uncategorized on May 25th, 2014
aqui por exemplo o vento chora a noite finda o dia ainda demora a hora é linda o tempo pára e ora agora é o único templo onde deus mora
Posted in Uncategorized on May 25th, 2014
aqui por exemplo o vento chora a noite finda o dia ainda demora a hora é linda o tempo pára e ora agora é o único templo onde deus mora
Posted in Uncategorized on May 21st, 2014
esculpo meu verso num tronco de mármore como quem ausculta a ordem oculta do universo quando árvore
Posted in Uncategorized on May 12th, 2014
falo dessa luz que risca o céu profundo a faísca maluca tonta que atravessa o fim do mundo em cada poro da tua nuca até a ponta do meu osso ilíaco como um meteoro cruza o zodíaco
Posted in Uncategorized on May 4th, 2014
não se espante diante do silêncio estonteante das galáxias distantes nada sempre será tão sério como era antes o irrelevante mistério das estrelas errantes o inútil cemitério de diamantes
Posted in Uncategorized on Apr 27th, 2014
a vida é frágil como um livro num naufrágio do ser vivo nada sobra nada escapa nem a capa nem o assunto numa dobra do universo acaba o mundo o verso é livre só a obra sobrevive
Posted in Uncategorized on Apr 18th, 2014
tento ser breve nem tudo deve ser dito no momento e muito menos escrito em voz alta nem tudo que dói é poesia deixa muda essa falta básica até soar um grito deixa solta essa música como o vento quando flauta , sendo o sopro agudo do tempo em sua sinfonia sem pauta
Posted in Uncategorized on Apr 13th, 2014
quando venta a borboleta sustenta as imensas asas azuis como um atlas que aguenta o planeta sobre as omoplatas
Posted in Uncategorized on Apr 6th, 2014
aqui venho achar na dor o que não tenho o desenho do teu pelo no meu tato eis o pacto de amor entre a pele e o cacto
Posted in Uncategorized on Apr 1st, 2014
além de mim só uma mosca veio assistir ao formidável fim da tarde fosca de um dia feio
Posted in Uncategorized on Mar 31st, 2014
retiro do mundo o corpo recolho meu olho escuro na fresta no meio da testa um furo fundo como um tiro
Posted in Uncategorized on Mar 29th, 2014
o espelho partido em mil partes em todas duvido se existo cogito ergo … ? eu isto nego revido verdades seu nome é ego descartes é apelido
Posted in Uncategorized on Mar 23rd, 2014
há muito já passa da hora a demora já dura uma vida a procura já cansa a esperança é uma nave perdida a resposta é uma chave sem porta a saída é uma rota de descida em queda livre … do que se ama só sobrevive ao fim de tudo um celular que chama […]
Posted in Uncategorized on Mar 19th, 2014
desfaço um plano esgarço um pano laço a laço , disfarço e passo ano a ano sol a sós , desconto um conto me engano e pronto , não dou ponto sem nós
Posted in Uncategorized on Feb 24th, 2014
só a flor exata me sacia o olfato e a falta desse cheiro é tão macia como um travesseiro que me mata por asfixia
Posted in Uncategorized on Feb 21st, 2014
não posso dar nome ao troço que entorna e não míngua não há espaço pra escrita entre a fome e a saliva que pinga não cabe um traço entre o que sabe a carne viva e a forma estrita da língua
Posted in Uncategorized on Feb 12th, 2014
a lua procura uma fresta estreita na janela e ali se deita amarela como a noite escura de quem vela
Posted in Uncategorized on Feb 11th, 2014
manifesto mudo : se eu pudesse dizer tudo seria um gesto
Posted in Uncategorized on Feb 5th, 2014
não sou poeta bissexta bato ponto boto pingo nos is da poesia todo santo dia de sábado a sexta feira feriado no domingo não me comprometo viro pro lado inspiro e tiro um soneto
Posted in Uncategorized on Feb 4th, 2014
o dia nasce tão lindo e quase ninguém vê tudo dormindo em breu só eu desperto e você nós a só(i)s ligados no espaço aberto por um segundo e depois como se os dois lados do mundo fossem perto
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Jan 29th, 2014
ser é escasso , o tempo vence o espaço pelo cansaço
Posted in Uncategorized on Jan 22nd, 2014
não sou eu que escolho entrar feito louca pelos seus poros ; eu oro por sua boca eu vejo pelo seu olho de hórus
Posted in Uncategorized on Jan 20th, 2014
todo jogo é inócuo sobre a oca esfera , todo fogo se apaga nenhum som se propaga só o verbo reverbera no vácuo
Posted in Uncategorized on Jan 19th, 2014
essa obscura essência que te impele ao erro é a ausência impura do meu cheiro em tua pele
Posted in Uncategorized on Jan 19th, 2014
antes que esse assombro apague uma garça ou que o sol soçobre sob o céu de cobre hei de ter a graça de uma asa no ombro mesmo que me sobre só uma rima pobre
Posted in Uncategorized on Jan 18th, 2014
só a inocência ensina só o tempo acriança ; uma anciã que dança me nina
Posted in Uncategorized on Jan 18th, 2014
desfio uma nuvem de fios de espanto pra não dormir cedo não morrer de medo de frio e de pranto enquanto o sol não vem
Posted in Uncategorized on Jan 14th, 2014
triste baía sua beleza sobrepuja a água espessa que o homem suja ó guanabara sempre linda outrora clara uma aquarela agora escura ao sol fulgura ainda mais bela óleo sobre tela
Posted in Uncategorized on Jan 14th, 2014
senhor eu pequei como pude ? paguei o teu mal com o pecado mortal da virtude .
Posted in Uncategorized on Jan 12th, 2014
a língua exposta esfria um beijo em postas , sobre o chão de azulejo a carne pouca , eu coração fora da boca latejo
Posted in Uncategorized on Jan 9th, 2014
a escolha é uma agulha preta na areia amarelo-palha de uma ampulheta quebrada : o tempo se espalha e nada há que perdure fora do ponto cego onde esse prego do agora nos pendure .
Posted in Uncategorized on Jan 5th, 2014
… pois em verdade eu te digo digas tu o que disseres as palavras, meu amigo são mulheres
Posted in Uncategorized on Jan 2nd, 2014
cavo intervalos em tempos novos como cavalos pisando em ovos
Posted in Uncategorized on Dec 29th, 2013
resolução de réveillon : se não tá bom, rebelião! no mais, shalom
Posted in Uncategorized on Dec 25th, 2013
do natal só se espera a velha alegria ; comer a ceia fria da véspera
Posted in Uncategorized on Dec 22nd, 2013
tesoura corta um pedaço do meu dedo , do aço não tenho medo sei que arde tarde ou cedo me firo mas prefiro o ardor da ferida ao desamor , se há sangue há vida isso é o que importa só não tem dor a carne morta
Posted in Uncategorized on Dec 19th, 2013
se eu nem sei onde fica o longe até que acabe não olhar pra trás não basta mais eu nado mais o horizonte se afasta converso com o vento que em verso responde um lamento lento confesso não entendo palavra maré brava me cansa dessa dança embora linda um […]
Posted in Uncategorized on Dec 17th, 2013
nenhum porto me aparta desse impróprio recheio esse furo , nenhum ópio me conforta , no escuro tateio esmurro , o outro é um muro sem porta , esse corpo ao meio não me comporta
Posted in Uncategorized on Dec 4th, 2013
o sol sabe se pôr como um rei sem atraso … só sei que nada sei do amor , deixo ao ocaso
Posted in Uncategorized on Nov 30th, 2013
… espero um sinal pelo sim pelo now
Posted in Uncategorized on Nov 24th, 2013
nuvens vermelhas escorrem prantos encharcam panos entornam pântanos cobrem folhas como mantos escorregam pelas telhas saltam beiras correm canos córregos entoam cânticos nos cantos cheios de chuva e seivas de ervas e sândalo lótus derramam cântaros de águas de cheiro no meu canteiro de flor de cânhamo
Posted in Uncategorized on Nov 16th, 2013
“a justiça é cega vale quantos pega” grita a multidão e taca pedra , tem dia que dói na fé e na razão , sei que tudo é como sói mas não
Posted in Uncategorized on Nov 12th, 2013
principio logo penso precipício imenso ¨ cogito e só venço o tempo vazio pelo silêncio
Posted in haiquase / senryu / tanka, Uncategorized on Nov 4th, 2013
ser é um mistério lindo e findo e tão sério que só rindo
Posted in Uncategorized on Nov 3rd, 2013
afrodite é afro acredite tem os olhos da cor do céu quando negro preto leite em seus seios sulcos sábios e os lábios cheios de mel , um perfil nada grego
Posted in Uncategorized on Nov 2nd, 2013
não sou marilyn nem nada mas não vim ao mundo à toa , me visto de madrugada com duas gotas de cheiro e se a vida é um bueiro a minha saia avoa
Posted in Uncategorized on Oct 27th, 2013
e levo comigo meu lar muitas casas é leve meu abrigo um par de asas
Posted in Uncategorized on Oct 25th, 2013
há um som de fundo mudo e surdo ao absurdo de estando tão distante estanque estar intruso em cada instante e sendo esquivo estranho escuso vencer os mares morros murros mortes muros o nó desfeito não desata o ponto escuro o rio passa sobre o leito o amor contudo o mundo muda o tempo […]
Posted in Uncategorized on Oct 22nd, 2013
cá estou eu louça e criança entre seus medos e outros vidros fosca lembrança no museu dos brinquedos esquecidos
Posted in Uncategorized on Oct 13th, 2013
deixo dormir um poema inconcluso dispo-me de penas que não uso deito-me apenas na fronha fresca a alfazema descanso com afinco no manso abrigo onde um ganso longínquo sonha comigo
Posted in Uncategorized on Oct 5th, 2013
pingo cor lírio na dor branca dos meus olhos pra ser bem franca eu uso ósculos